quarta-feira, 18 de julho de 2012

Tô morrendo de medo...

  ...Mas eu fiquei morrendo de medo quando mudei de escola, mesmo a decisão sendo minha. Tinha medo de me perder no metrô. Tive medo quando fiz 18 e tinha que ser alguma coisa. Antes de todas as apresentações de dança, meu estômago borbulhava. Dos seminários da faculdade, eu tinha vontade de sair correndo. Dar a primeira volta no quarteirão dirigindo, totalmente sozinha, foi como se eu tivesse que dar uma porrada em todo meu caos. Tenho medo de gente idiota em primeiros encontros. Quando praticamente pedi demissão, fiquei com medo de me arrepender, depois fiquei com um medo de não corresponder no emprego novo, não me adaptar, de não saber, não aprender. Tive que tomar fôlego antes de saltar da tirolesa de mil metros; antes de pular de paraquedas; quando estava à beira do abismo lá no alto do Pico das Agulhas Negras. Quando olho minha vizinha, tenho medo de chegar na velhice sozinha. Quando fico de TPM, tenho medo de ficar chata pra sempre. Quando perdi o voo, eu chorei e era medo. Quando me apaixonei, eu sorri e também era medo. Qualquer coisa que me deixe de cabeça para baixo, literalmente, deixa minhas pernas bambas. 

  E mesmo assim, fui para escola; ando de metrô; escolhi design; recebi aplausos; fiz seminários; dirijo; vou a encontros; não me arrependi de ter saído do emprego e cresci muito no emprego novo; fui na tirolesa, no paraquedas e cheguei ao topo do pico... Enfim, eu bato de frente com o medo. Às vezes, ele me deixa no chão, mas na maioria das vezes, eu dou um soco na cara dele. Palmas para mim, pode colocar uma estrelinha no meu caderno de desabafos, porque eu mereço.

  Eu não gosto de ter medo (alguém aí gosta?), mas teria mais medo se não o tivesse (seria possível?). Não é dúvida, não é insegurança. Isso é outra coisa. A verdade é que agora estou com um medinho instalado no lado esquerdo do peito, me fazendo pensar na minha falta de jeito com algumas coisas (minhas). Medo de não dar conta de mim e da minha "liberdade", mesmo sabendo que eu sou extremamente capaz. Se eu estou morrendo de medo? Não. O título desse post foi só para que eu pudesse te fazer uma surpresa agora e dizer que estou vivendo de medo. Porque é um medo que não mata, faz viver. Me desafia. Me alimenta, me distrai, me faz escrever, me faz querer. E o medo só está aqui, porque eu consigo olhar bem no fundo dos olhos dele. E o querer é maior que o medo. No final das contas, o medo passa, o medo não é nada comparado ao que realmente somos.

2 comentários:

Anônimo disse...

No final das contas, o medo passa, o medo não é nada comparado ao que realmente somos.

Ricardo Maruo

Danilo disse...

!..o medo é o que nos move, agora para qual direção, se é pra cima, cabe a nós decidirmos, é quando a nossa verdadeira força de vontade é colocado a prova..E você sem dúvida é uma guerreira, de se admirar muito, você é o espelho da sua alma, serena, transparente e forte. Dê de frente ao obstáculos meta a porra no medo sempre que for necessário, e quando lhe faltar forças para isso..estarei do seu lado sempre para suprir esta energia grande amiga..!