sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

- Pra onde você vai?
- Se der sorte, em frente.
(Ratatouille)

  Feliz 2012 !! 

quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Fim do ano e o ano inteiro...

“Espero que vocês tenham um ano maravilhoso, e que vocês descubram tantas novas pessoas, lugares e coisas. Substantivos, eu acho. Descubram mais substantivos.
 Eu tenho que te dizer, eu posso ver o continuum da vida ultimamente. Eu posso sentir como todo o arco vai e vem num piscar de olhos. (...) 
Às vezes isso parece muito tempo, às vezes parece curto. Eu não sei.”
- John Mayer

Primeiramente, gostaria de dizer que várias coisas me influenciaram a escrever esse texto. A biografia do Steve Jobs que estou lendo, esse trecho acima de um dos meus artistas favoritos, meu querido John Mayer e o mês de dezembro enfeitado com luzes coloridas e tão bonito na Av. Paulista. E claro, os tweets do Ricardo Maruo sobre essa época: “Para provar que essa bondade e iluminação de fim de ano é fake. Aposto, com quem quiser. Chegou janeiro, tá todo mundo pensando em carnaval.” Eu queria levantar várias questões e pontos de vista referentes a isso tudo, mas espero conseguir resumir em um texto curto.

Fim de ano está ai. Shoppings lotados e artistas cantando “Hoje a festa é sua, hoje a festa é nossa, é de quem quiser...” junto com Roberto Carlos na TV. No Natal tem que ter Papai Noel, peru, panetone, doce e uva passa.  Lá em casa costuma chegar algum presentinho da vizinha ao lado, a qual nunca trocou uma palavra comigo e nem com a maioria dos vizinhos. Talvez ela se sinta uma pessoa melhor ou mais social no Natal (vai entender...). Também não pode faltar a música clássica da Simone “Então é Nataaaaaaal... e Ano Novo tambéééém...”. No Ano Novo dizem que temos que pular sete ondas, comer lentilha, não comer aves que andam para trás, vestir branco, uma cor de calcinha que dê sorte (isso vale para a cor de cueca dos homens também?) e traçar objetivos que geralmente incluem começar alguma atividade física e ganhar mais dinheiro. 

Vamos ser sinceros. Apesar de fazermos parte da tradição, pouco disso tudo importa. Então ao invés de desejar que você tenha um feliz Natal e um próspero Ano Novo, eu gostaria de desejar outras coisas. Leia mais livros, principalmente quando estiver pensando em muitas coisas ao mesmo tempo. Caminhe mais por avenidas iluminadas como a Paulista, sem pressa, e aprecie sua beleza mais vezes no ano. Tente meditar ou tente qualquer outra coisa que nunca tenha feito antes. Tente. Não espere o fim de ano para ser gentil consigo mesmo e com os outros. Gentiliza nunca é demais e não é algo que acabará no estoque. Seja rebelde, imperfeito e “faminto” como Steve Jobs e faça alguma coisa. Algo que VOCÊ realmente queira. Como diz uma frases do Gandhi “Tudo que fizer na sua vida será insignificante, mas é muito importante que você faça”. Seja curioso. Descarte medos tolos. Permita-se. Passe mais tempo com as pessoas que gosta. Conheça pessoas novas - ao vivo. E se não não conseguir fazer nada disso, seja apenas você mesmo - o ano inteiro!


“Reciclar a palavra, o telhado e o porão...
Reinventar tantas outras notas musicais...
Escrever o pretexto, o prefácio e o refrão...
Ser essência... muito mais...
Ser essência... muito mais...
A porta aberta, o porto acaso, o caos, o cais...
SE LEMBRAR DE CELEBRAR MUITO MAIS...”
(Reticências - O Teatro Mágico)

beijos.


quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Minha alma dança...

Até onde me recordo, eu tinha uns 16/17 anos quando assisti um DVD da Shakira e cismei que queria entrar na aula de dança do ventre. Eu não queria ser a Shakira (claro que se eu fosse, não reclamaria rs), nem aprender a dançar exatamente. Eu não sabia muito bem o que eu queria com aquilo, mas eu queria. E talvez aquilo já fizesse parte de mim antes mesmo que eu soubesse. 
Lembro-me da primeira aula. Cheguei uns 10 minutos antes e entrei numa sala decorada com tecidos estampados, abajur, almofadas. Um outro mundo a 5 minutos da minha casa. A secretária acendeu um incenso e colocou uma música. Eu estava com a minha mãe, de repente começamos a rir de tudo aquilo. Era novo, a música era totalmente diferente da Shakira, era totalmente árabe. Por achar engraçado ou não, minha primeira impressão foi de alegria.

Eu comecei a fazer aula experimental e a professora me perguntou: "Você tem certeza que nunca fez isso antes?". Sim, eu tinha certeza, assim como também tinha certeza de que não pretendia parar tão cedo. Como se minha alma tivesse encontrado um refúgio, um lugar para se encantar e sentir-se livre de qualquer coisa. Acho uma pena as pessoas julgarem a dança como se ela fosse um apelo sexual. Já ouvi opiniões machistas sobre o assunto. Por esse motivo não costumo falar muito sobre isso. Mas, no fundo, eu gostaria que as pessoas soubessem que os movimentos que o corpo faz são apenas as consequências do que sua alma sente. É como se você conseguisse dançar para o seu próprio coração e fazê-lo feliz.

Existe um mito de que dança do ventre "dá barriga". Esqueçam isso. O fato é que você vê mulheres de todos os tipos possíveis dançando, com barriguinhas salientes, ou não, porque a dança transcende o corpo. Porque o prazer em dançar torna-se maior que a exibição de um "ideal". As imperfeições passam a ser aceitas e ao mesmo tempo deixam de ser ignoradas. Há quem admire o corpo, há quem admire a dança e há quem possua o conjunto exuberante dos dois. Eu nunca fui do tipo sarada, mas a dança nunca mostrou que isso pudesse me impedir de alguma coisa.

Minha primeira professora ficou grávida e parou de dar aula, mas me serve de exemplo até hoje. Tanto ela como as três professoras seguintes que me ensinaram o melhor que poderiam. Elas disseram para eu continuar, e eu procuro seguir o conselho. Eu até gostaria de fazer disso como uma prioridade, mas tenho que conciliar com o trabalho, horários e horas de sono. Volto, paro, sinto falta e retorno. Sinto falta de exercer, mas não chega a ser saudade, porque não dá para abandonar o que já faz parte de nós. Ainda bem! Pode ter certeza que, poder praticar uma das coisas que mais gosto, é um dos meus pedidos de todo ano novo.

2007/08 - Lunah (primeira a direita)
2008 - Isthar
2010 - Hayffa














Apesar de não ser profissional, meu primeiro salário foi por ensinar o que eu sabia de dança do ventre. Era uma escola de dança que tinha inaugurado e queria experimentar essa modalidade. Então uma prima, que era amiga da dona me indicou. Eu aceitei o desafio. Comecei a ensinar uma turma de básico enquanto ainda fazia aulas. Infelizmente a procura por Jazz e Ballet foi maior, mas valeu a experiência.Valeu cada momento como Hanna' (o nome que escolhi para me representar enquanto danço - significa felicidade).


Aonde eu quero chegar com esse post? Sei lá, eu passei o dia escutando as músicas do Fadel Shaker e de alguma forma agradecendo por ter esse ritmo palpitando dentro de mim. Desejando para que as pessoas encontrem algo que alegre a alma, desperte o brilho nos olhos e faça o coração dançar nesse ano que está por vir.
depois dou uma bronca a mim mesma, por colocar tanta coisa na frente disso, que me faz tão bem.

beijos
Hanna'

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Não está fácil pra ninguém...

Acabei de assistir "Qualquer Gato Vira Lata", uma adaptação da peça de Juca de Oliveira para os cinemas. Bom, eu não irei fazer críticas ao filme, se quiser ver a sinopse clique aqui. Mas confesso que me tirou boas risadas e que recomendo para um dia de folga como hoje. Mais um filme de amor. O amor e sua teorias inacabáveis. Como encontrá-lo, como lidar com ele e como não deixá-lo escapar pelas mãos. Será mesmo que cada caso é um caso ou a regra serve para todos? Estou aprendendo, eu acho. 

O que eu sei é que a gente sofre um bocado pra entender o que é ego e amor. É estranho ver que outra pessoa ocupa um lugar que já foi nosso, mesmo que não tenhamos a mínima vontade de voltar pra lá. É quase legal saber que suas previsões estavam certas e ele quis ir apesar de todos seus conselhos e agora ele anda perdido, sem saber o que fazer, por aí. Sim, ele te disse com as próprias palavras e você se segurou pra não mandar um "eu te falei". Você só não disse, porque tem mais o que fazer e não vale mais a pena. Sim, isso tudo é quase legal, só não é legal, porque soa feio.

É meu bem, a vida não está fácil pra ninguém... Se no filme estava difícil pra Tati, a personagem interpretada pela Cléo Pires, coitada de mim, a Tati interpretada por mim mesma. Brincadeiras a parte, eu acho o amor meio hipócrita. Pelo menos uma parte dele. Na verdade, acho que não é amor e sim nós que somos um pouco hipócritas, ou pelo menos uma parte de nós. As pessoas dizem que estão procurando uma pessoa legal, companheira, bem humorada, que curta as mesmas coisas e blá blá blá. Okay. As pessoas, por algum momento, encontram quem estão procurando, mas ela já não serve porque tem uns quilinhos a mais ou tem estria demais, ou não gosta de usar salto, ou não curte ficar bêbada nas festas, e nem se parece com a Gisele, nem com a Cléo. No caso das meninas, ele não chega nem perto do Malvino Salvador. É, eu repito... a vida não ta fácil pra ninguém.


Os meninos reclamam que as mulheres são interesseiras. Mulheres reclamam que homens são mal educados. Numa conversa no trabalho chegamos a um acordo. Eu defendi a tese de que o homem deve pagar tudo no primeiro encontro (mesmo que ele só tenha conduções de te levar no boteco da esquina pra comer um pastel). E os meninos levantaram a causa de que a mulher "não deve esperar" que isso aconteça, portanto deve se oferecer para a pagar, mesmo que eles não aceitassem. Achei justo.

Tenho outras teorias. Teorias que criei por experiência própria, por observação ou pelas histórias de amigas próximas. Enfim, algumas atitudes que não valem o esmalte novo que a gente passa pra ir num encontro:
- Se o cara te chama pra ir ao shopping e de repente cria uma obsessão por pegar aqueles bichinhos daquelas máquinas aparentemente fáceis de serem manipuladas, você tem que ficar atenta. Depois de 15 minutos e algum dinheiro gasto ele consegue o bichinho de pelúcia e NÃO te dá. Minha filha, risque-o da sua agenda.
- Ele resolve te pagar uma casquinha. Você se esforça ao máximo para não derrubar sorvete na roupa, mas ele... o sorvete está escorrendo pelo braço dele. Ao invés de pegar guardanapos ou procurar um banheiro, ele lambe e diz "ah.. tamo em casa neh?!".
- Se ele repetir as desculpas "estou sem dinheiro", "o carro quebrou", "tenho muito trabalho pra fazer". Acorde.
- Se ele levar no mesmo lugar que a ex e ter a ideia idiota de deixar que você saiba disso, saiba também que você não poderá esperar atitudes muitos criativas da parte dele.
- Se ele aparecer com uma camisa com estampa de abacaxi, dê risada educadamente. Porque em alguns momentos, só nos resta mesmo rir.
- Se ele for mais legal bêbado do que sóbrio, faça o cálculo de quanto você terá que gastar com bebida e se valerá a pena.

Você também deve ter suas próprias teorias...

É nessas horas que eu acho que as pessoas deveriam colaborar mais pro amor acontecer! rs
Fica a dica.



“Pensar pede audácia, pois refletir é transgredir a ordem do superficial que nos pressiona tanto. Somos demasiado frívolos: buscamos o atordoamento das mil distrações, corremos de um lado a outro achando que somos grandes cumpridores de tarefas. Quando o primeiro dever seria de vez em quando parar e analisar: quem a gente é, o que fazemos com a nossa vida, o tempo, os amores. E com as obrigações também, é claro, pois não temos sempre cinco anos de idade, quando a prioridade absoluta é dormir abraçado no urso de pelúcia e prosseguir, no sono, o sonho que afinal nessa idade ainda é a vida. Mas pensar não é apenas a ameaça de enfrentar a alma no espelho: é sair para as varandas de si mesmo e olhar em torno, e quem sabe finalmente respirar.” 

 (Lya Luft – Livro “Pensar é transgredir”).

*

domingo, 18 de dezembro de 2011

Ela.
Ela chega devagar, apesar da mania de andar rápido. Uma outra mania é organizar as coisas como se tudo coubesse num texto, num grande livro. Ela demora um pouco pra se acostumar, mas adora coisas novas. Pessoas, lugares, histórias, sabores. Mesmo que isso lhe proporcione frio na barriga, borboletas no estômago e uma falta de jeito. Ela prefere a noite - onde tudo já passou, ou o melhor ainda vai começar -que o dia. Tá na cara. Olha só pra ela. De manhã, crua, olhos de sono, roupa qualquer. De noite, ela olha pro espelho com olhos contornados e até se sente mais mulher. A noite pra chegar, andar, estar em qualquer lugar, cantar na aula de spinning, gritar no combat, pensar em fazer ioga, abrir a janela pra ver se encontra a lua, as estrelas, uma ideia nova. Ela tenta ser ela mesma o dia inteiro. Mas, ás vezes, ela é de propósito, quando não encontra outro jeito de ser. Ás vezes ela fica triste e não sabe o motivo. Ou sabe e não quer dizer. Deve ser TPM. Ou pelo menos, isso serve para alguma explicação. Ás vezes ela se perde e se encontra numa personagem de um filme, na letra de uma música, numa frase de algum autor favorito. Ás vezes ela se perde quando fica sem saber o que aconteceu, por que acabou, por que não passou, por que ainda não aconteceu, mas ela se encontra nela mesma, no instante de um piscar de olhos, num lugar secreto. Ela é fácil. Se contenta com o simples. Entrega sua gratidão e admiração por quem lhe der chocolate, boas risadas e um abraço apertado. Ela sabe quando é sincero. Mas, ás vezes, fica sem saber quando não é. Ela é pontual e, ás vezes imprevisível. Já me surpreendeu várias vezes. Inteligente - principalmente se não for algo relacionado à matemática - mas não chega a ser nerd. Ela quer, um dia,  ter uma filha chamada Sophie e dançar Me & Mrs. Jones ou Everything (ela ainda está na dúvida) do Michael Bublé com alguém especial. É... eu também dei risada quando soube disso. Falando em dançar, ela adora e queria ter mais tempo pra se dedicar a isso. Ser uma dançarina não profissional por pura diversão. Ela prefere parque, show, lugares que nunca viu do que baladas com músicas intermináveis com gente que você nunca mais vai ver. Ela não é perfeita e nem pretende ser. Ela parece séria, mas isso não tem nada a ver. Ela acha que é sempre a última impressão que fica, não a primeira. Ela é gente boa, de fases, frases e sonhos. Gosto dela. Principalmente quando ela está despreocupada, radiante e linda. Linda ela é, em muitos aspectos, mas as vezes se esquece disso e eu tenho que lembrá-la. Brigamos por bobagem como todo mundo, mas é por pouco tempo. Ela é minha confidente, minha doce companhia pra quando quero estar sozinha. Ela sou eu. Eu sou ela.


"Sou tantas que mal consigo me distinguir.
Sou estrategista, batalhadora, porém traída pela comoção.
Num piscar de olhos fico terna, delicada."
(Martha Medeiros)


        

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quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Todo amor que houver nessa vida...

Eu poderia escrever um texto cheio de palavras, mas algumas coisas não são assim, simplesmente resumidas. Algumas coisas são assim, simplesmente simples - e grandiosas por dentro (da gente).
Hoje eu lembrei de uma música "Todo amor que houver nessa vida" do Cazuza. Acho lindo esse título. Sempre me levanta uma questão: "O que a gente faz com todo amor que houver nessa vida?".Essa pergunta me fez lembrar da sensação que tive no Templo Zulai do qual, finalmente, estive domingo. Acho que comecei a encontrar uma resposta, que sempre irá se transformar - mantendo sua essência - mas que não acabará nunca. Encontrei uma frase de Dalai Lama que pudesse completar isso - que eu não estou tentando explicar. Só sei que de algum modo, essas três coisas se completam e fazem todo sentido para mim.

"As transformações mentais demoram e não são fáceis.
Demandam um esforço constante."
- Dalai Lama


 Obs: Toda vez que se despede do público ao término de seu programa na tv americana, a apresentadora Ellen DeGeneres fala a seguinte frase: "Sejam gentis uns com os outros".
Hoje faço das palavras dela, as minhas. Isso. Sejam gentis uns com os outros. E não esqueçam também de serem gentis com vocês mesmos"

* 

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011



Uma forma linda de ser uma pessoa sincera.

“Seja você mesmo, mesmo que isso signifique ser inseguro e inquieto.
Deixe que os outros te aquietem. Encontre um meio termo. Seja sincero.”


Começo esse texto com a frase acima escrita por John Mayer ao final de sua última atualização do Tumbrl até o dia em que comecei a escrever esse texto. 
Faz algum tempo que gostaria de escrever sobre isso. Na verdade acho que já escrevi sobre “ser você mesmo” muitas vezes nesse blog, de formas diferentes. Então, gostaria de escrever sobre isso e algo mais.

Sinto-me cansada ultimamente - por diversos fatores. É final de ano e temos aquela velha ilusão de que vestir branco e olhar fogos de artifício estourando no céu nos trazem uma vida nova. É final de ano e meu corpo sente o acúmulo de noites menores que oito horas de sono, o acúmulo de escolhas, de armadilhas do ego e de pessoas das quais não consigo enxergar. Ver, eu até vejo. Mas não as enxergo. Muitas delas eu jurava conhecer  desde algum tempo. Veio a vida, os dias e aquela percepção de si mesma que me fez reparar. E assim, tive que fazer um reparo também, em minha colcha de retalhos soltos.

Partes de um pano que não perteciam mais a um plano. Você que pisava na bola várias vezes com a desculpa de que amizade é isso. Essa semana, conversando com uma amigo, eu confirmei o que já sabia. Ele disse que muita gente conhecida vem pedir para que ele faça convites de casamento. 
Os amigos de verdade falam que pagam o que for preciso  pelo trabalho dele e aqueles sem senso praticamente pedem para que, por serem conhecidos, o serviço seja feito de graça. Moral da história: Ele acaba fazendo o trabalho de graça para os verdadeiros amigos e para os outros, ele dá uma boa enrolada e ganha uma grana. (Justo, não?)

Onde quero chegar com isso? Valores. Meio óbvio. Mas outros valores. O simples ato de você valorizar as pessoas que estão ao seu lado e confiar nos presentes que elas lhes podem lhe dar. Não estou falando em datas comemorativas, nem em amigo secreto. Estou falando em uma companhia num dia qualquer, histórias sobre a vida, desabafos, abraços, risadas por nada (porque como diz a música do Frejat, rir de tudo é desespero - e eu concordo). Menos desculpas esfarrapadas e  mais sinceridade. Muita gente se esquece que amizade é um relacionamento como qualquer outro onde é preciso cultivar e cativar.


Não temos obrigação de conviver com as pessoas, de ligar pra saber como está, ou pra contar sobre aquilo que te deixou tão feliz. Mas tem pessoas que fazemos questão de manter por perto. Que não precisamos imaginar se teremos algo em troca. Não precisamos cobrar, nem ficar com medo de sermos traídos. Há paz, palavras e gestos. Podemos ser nós mesmo, inseguros e inquietos. Podemos ser desarrumados e desastrados. Podemos abrir a porta calçando um Crocs falso e uma calça de moletom. Dizemos mais sim que não. Mas podemos dizer não quando necessário. Podemos ficar um tempo sem se ver, mas fazemos um esforço  e não nos contentamos com redes sociais. Ás vezes, até somos antisociais juntos. E por todas as vezes que a vida está uma loucura eu agradeço pela insistência. 

Você não tem que ser você mesmo. 
Você não tem que ser um amigo. 
Ou você é, ou você não é.

Confesso que ando vendo o mundo meio abstrato. Cada um para um lado. Pessoas distorcidas com uma apelo nada convincente: “Eu uso roupas legais, frenquento lugares bacanas, conheço todo mundo, te sigo twitter, tenho algumas histórias pra contar, faço até um pouco de graça... Você tem que gostar de mim!”. Desculpe-me mas eu não consigo. Meus sentimentos usam outros critérios e eu garanto que não é muito. Não odeio ninguém, mas não consigo amar até que esse papel de presente seja rasgado, sem dó, permitindo com que eu me surpreenda. Se eu vou gostar ou não, é outra história. Mas por favor, não tente me enganar. Minha intuição é boa. Seja apenas sincero. 

Por isso esse texto é pra você, você, você, você... que eu ganhei de presente esse ano, que eu conheci num lugar qualquer e me perguntou qual o caminho que eu estava andando pra nos encontrarmos de novo. Você que ri dos meus defeitos e me aceita, assim, por inteiro. Você que não tenta me dividir ao meio. Que não exige que eu tenha quilos a menos e use salta alto. Mas me elogia quando eu estou um arraso. Você que me chama pra comprar sapatos em plena segunda-feira. Você que deixa eu me agarrar no seu braço quando fico tensa vendo filme no cinema. Você que trás paçoca, M&M’s sem eu pedir, que defende a natureza e me diverte tanto. Você que me faz escutar sertanejo mesmo contra vontade, chega atrasada, mas vai me visitar no dia de Ação de Graças e me leva pra praia, pro shopping, pra balada, você não existe igual em outro canto do mundo. Você que tenta me animar no meio do tédio, que desenterra alguma música antiga, que compartilha minutos lentos comigo. Você que nem me conhece direito, mas que tenta me ajudar exatamente quando que eu preciso. Você que me dá um pedaço do seu dia. Você que torce por mim. Você que não é em preto e branco, você que é ao vivo e a cores...

...Vocês, que não querem nada de mim e mesmo assim ficam do meu lado, ganham minha gratidão.


Meu muito obrigada!
Beijos mágicos...

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

O dia de expediente chega ao fim
mais uma vez
Mais uma história como outra qualquer
chega ao fim
e eu volto para algum lugar
Observo o caminho inteiro
procurando por alguma coisa
Que caminho é esse no qual insistimos tanto?
Apesar do barulho e das pessoas
falando coisas que eu não entendo
tudo está tão calmo
tudo está calmo demais
e eu nem cheguei em casa
Talvez eu pudesse te encontrar no meio do caminho
mas eu estou seguindo em frente
Acho até que já me acostumei com isso
Eu não quero reclamar mais de nada
Eu só não quero perder meus sonhos ou me perder neles
Quais as opções que temos?
Vamos voltar para aquele momento que nada importava
Vamos voltar para quando não tínhamos nada
além de uma tarde improvisada e sorrisos no rosto
Isso é apenas uma proposta
da qual eu faço todos os dias pra mim mesma
Mas eu vou acabar voltando pra casa mais uma vez
...

domingo, 4 de dezembro de 2011

O momento mais emocionante do dia nada tem a ver com futebol. Foi ver minha vó tendo uma crise de riso na sala, com os netos (uma parte deles) em volta. Nenhuma filha, nenhum filho pra se intrometer. TV desligada. Apenas vó - por instantes sem dores, sem reclamações, em problemas - e netos. Rindo de uma bobagem qualquer.
"Do escuro eu via um infinito sem presente, passado ou futuro"