quinta-feira, 12 de abril de 2012

E você, sente saudade do que?

De brincar de esconde-esconde. Da sessão da tarde. De escrever cartinha com adesivo e caneta colorida. De pisar na areia de frente de um mar transparente. De um dia de frio pra usar várias camadas de roupa, bota e cachecol. De ver a neve cair. De jogar pimbolim com gente tão ruim quanto você. De saquê de morango com kiwi. Vinho quente. De perder a hora. De jogar conversa fora (ou a dentro) com quem você não vê com tanta frequência. De abraçar aquele seu amigo que tem o abraço mais acolhedor do mundo. De ter uma crise de riso. De tomar banho de chuva. De dançar aquela música. De viver aqueles outros sonhos.

Eu não sou a dona da razão, nem quase dona do que sinto, mas acho que a saudade anda banalizada. Apego não é saudade. Saudade não classifica pessoas por status, número e grau. Saudade não é amor, nem tristeza, nem necessariamente sentir falta. Pode ser apenas querer se fazer presente em algum momento e incluir alguma coisa nisso. Saudade não precisa ser extrema e avassaladora. Não precisa ser poesia. Talvez seja os nossos sentidos diferenciando o que importa e o que não importa, mesmo que não saibamos que coisas são essa. Talvez não tenha mesmo tradução. Saudade é necessidade do corpo de maneira pura e não há internet de banda larga que substitua isso.

Tem gente que você acha que vai fazer uma puta falta e... nada. Nadinha de nada. Você sempre arruma outra coisa pra fazer, outras pessoas pra encontrar, outro mundo pra girar. Você sente até uma obrigação de sentir saudade, mas não tem jeito. Manter uma ligação por causa do passado é perda de tempo e saudade nem é o que já passou. Saudade é agora, presente.

Tem gente que você nunca imaginou ver novamente, mas de repente te dá vontade de dizer: "to indo ai te ver!". Você não precisa inventar motivo, discurso, novidade... Não precisa de mais nada além da saudade - em qualquer tamanho.

Estou escrevendo isso porque essa semana senti saudade de andar na Av. Paulista, de encontrar meu querido mestre-amigo Maruo, que, sem maldade nenhuma, tem um dos abraços mais amigáveis do mundo. E de bater um papo com o Engelmann, que com toda aquela alma de artista me deu inspiração para outro - em breve - post aqui no blog. Ah meus queridos (queridos mesmo!), obrigada pela sempre inspiração. É muito bom sentir saudade de vocês pra depois, num dia qualquer, a gente se encontrar e perguntar: "E ai, como você está?".

=)

4 comentários:

Anônimo disse...

Já estou com saudade de você.
Beijo
Engelmann

Anônimo disse...

Eu sinto saudade de você. =^)

MM-LIL disse...

Sempre busque inspiração em seus lugares de maior criatividade.

Um monge budista disse certa vez...
“O melhor lugar para ter inspiração é aquele que esta dentro de você”.

E sabe por que existe a saudade?
Saudade existe para ser curtida.

Danilo disse...

!..ai que delícia de post, estava precisando de uma tradução para esta pequena palavra - saudades - e de tamanha importância na vida de alguns...muito bom sentir saudades suas tb viu..e sempre que isso acontecer..já sabe só ligar e dizer "não vai mais aparecer não pow!" kkkk...! [continue lendo que eu continuo escrevendo]