terça-feira, 21 de agosto de 2012

O lar nosso de cada dia.

‎"A Transformação pessoal requer substituição de velhos hábitos por novos." 
(W.A.Peterson)

Mudei. Dessa vez não foi de estratégia, de escolha, de comportamento. Continuo a mesma. Um pouco diferente, porém com a mesma essência (como aquele verso bonito do Teatro Mágico: "Ser essência e muito mais"). Mudei de uma casa para um apartamento. Mesmo que você diga que não tem varanda, que a cozinha é pequena e a lavanderia menor ainda, eu não mudarei minha opinião de que aquele cantinho no oitavo andar é, no mínimo, aconchegante. 

  Deixei algumas coisas para trás. Outras coisas nunca deixarei, onde quer que eu esteja. E aqui estou, vivendo outras coisas, outros hábitos e respirando novos ares. Hoje estava andando pela avenida Paulista e tive uma singela percepção de como alguns lugares modificam a gente. 

  O dia amanheceu bonito apesar do ar seco; Ousei um batom vermelho pra sair de casa; Dei bom dia para o motorista do ônibus; Quando cheguei ao trabalho ouvi um "nossa... você veio toda arrumada, vai sair hoje?"; Respondi: "Sabe o que é? A Av. Paulista é toda bonita, com gente bonita pra lá e pra cá, dá vontade de se arrumar também". É por essas e outras que, ás vezes, é bom se perguntar "Por onde tenho andado? Para onde quero ir?"

  A questão não é o apartamento ou a avenida, mas, na verdade, o que somos onde estamos. Não tem jeito, nosso lar acaba nos refletindo (vice-versa) e reflete nas coisas mais simples como num ímã de geladeira, num porta-retrato, nos livros da prateleira. Mas lar é uma coisa subjetiva. Você pode morar trinta anos em uma mansão e nunca ter um lar. Pode viajar o mundo com uma mochila nas costas e jurar de pés juntos que se sentiu em casa, fez isso como se tivesse assistindo um filme esparramado no sofá.

  Há uma frase do Buda da qual gosto bastante: "Onde quer que viva, esse é teu templo, se tratar como o tal". Nosso templo, nosso lar, seja lá como você queira chamar é tão importante quanto quem somos. Um complemento, eu diria. No nosso templo, nós presamos por aquilo em que acreditamos, cuidamos de nós mesmos, expandimos a paz que nasce por dentro, acreditamos em coisas boas e exercemos gentileza sem pensar na obrigação de ser gentil. Pode parecer um pensamento utópico, mas quando se tem a consciência de que a perfeição é uma tremenda bobagem, tudo faz mais sentido. 

  Por isso, eu digo: Eu mudei. Meu lar continua o mesmo. Um pouco diferente, porém com a mesma essência.


Um comentário:

Danilo disse...

!..amei o texto, e estou muito feliz por esta "mudança" na sua vida, contei os dias, e acho que perdi o sono tb kkkkkkk, desejo muitas felicidades, e muita paz para você nesta nova vida, muito sucesso sempre e não vejo a hora de conhecer seu apê assim que der..^^..!