quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Desconectados.

O sinal lá em casa não tá muito bom, a conexão cai toda hora. A vida... vai pelo mesmo caminho. Me conecto e desconecto na velocidade de uma lembrança. Acordo desconfigurada. Faço meus backups e até a hora de dormir estou novamente formatada. Todo dia é assim. Minha memória não é das melhores. Ainda resta algum espaço vazio dentro de mim, reservado para o que eu ainda não sou, para aquilo que eu ainda não tenho. Quando eu estiver nos meus dias de lentidão, meu bem, não se preocupe. Uma hora eu volto a funcionar. No outro dia, quem sabe. Agora quando eu estiver veloz, é melhor você se segurar. Quero tudo pra hoje. Quero uma viagem, um desafio, um ingresso de um bom show e quero você. Pani no sistema! Não adianta reiniciar. Vai ser assim até que alguma coisa aconteça, até que minha página saia fora do ar. Você pode até tentar fazer um download do meu sorriso, dos meus olhos verdes, do meu cheiro das minhas metáforas. Você pode tentar anexar alguns dados coisa dentro de mim. Mas vou logo dizendo. Eu não tenho jeito. Na verdade, eu até tenho. É você que não tem jeito comigo, porque meu coração não byte. Ele bate - e forte. Intensamente. Meu coração feito de pixels que não acabam. Meu coração que de tanto ser distorcido, ajeitado, desconcertado e arrumado, eu receio que, um dia, perca a qualidade. Sorte minha que não sou feita de imagem. Não sou plugada. Não dependo de sinais (embora insista em ler sobre signos). Não vim com manual de instruções. Quer ter acesso a minha verdade? Não precisa de senha. Esqueça o facebook, o orkut, o twitter. Leia meu blog de vez em quando. Não sou um site, um livro, mas se quiser mesmo descobrir terá que me ler - mesmo quando quando eu prefiro manter a folha em branco e o quarto em silêncio. Talvez eu seja aquele verso que gosto tanto, o meu chocolate preferido, uma caminhada sem destino, o tédio do domingo ou até um mouse que descobre caminhos e busca respostas... É preciso ter paciência. É preciso mais coragem pra olhar nos olhos e dizer o que se quer. É preciso processar mais sentimento ao invés de dados - o que, se eu não me engano, essa vida cibernética está nos tirando.


beijos.


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