sexta-feira, 8 de julho de 2011

Onde foi parar o senso?
(a verdade e a sensibilidade nem sempre fazem parte do mesmo discurso)




Essa noite eu sonhei que fugia. Seria bom se fosse verdade, se eu tivesse coragem e se isso resolvesse meus problemas. Meus dias andam bipolares. A felicidade de uma roupa nova dura uma tarde. Comprei sapatos também, mas não sou Cinderela e tenho que encontrar uma roupa nova que me vista por dentro, essa é a verdade. Outra verdade é que tenho achado contos de fadas uma verdadeira chatice, mas lá fora eu sorrio com um tom de desespero e finjo acreditar que alguma coisa pode me salvar de mim mesma, daquilo que sinto. Eu finjo que algumas coisas podem ser engraçadas, mas não admito que você ache graça sem meu consentimento. Cadê meu senso de humor? Não sei. Só sei que quando eu começar a rir do meus caos é porque as coisas melhoraram. (Como uma criança impaciente me pergunto o tempo inteiro se isso vai demorar). Agora tudo que consigo fazer é enviar currículos mesmo sem ter um portfólio descente, é criar trabalhos para fazer com que meu portfólio fique descente, ler qualquer livro e, ás vezes, ficar distante. Antes os dias eram lentos, mas agora os dias passam rápido (e eu não consigo definir qual dos dois é melhor) e tem noites que eu me desespero e vou dormir chorando, rezando (logo eu que acho que nem existe tanto santo assim por aí, bom mas sempre deixei claro que não preciso de religião pra ter fé). Tem dias que tudo bem, eu to indo. Eu sei, tenho que ser mais positiva. Eu to tentando, eu juro. Eu juro que faço e cruzo os dedos pedindo pra dar certo. Eu juro que não fico a toa na frente do computador. Eu to atrás de uma ideia, de uma solução, to atrás de mim (onde que eu estava mesmo?), to até tentando a sorte, semana passada tomei um banho de 21 ervas - graças a Dona Luiza senhora minha mãe que também me deu um anjo Miguel tamanho médio de presente. Mas no fundo, eu não espero nada além do que possa vir de mim. Eu não gosto de me explicar, mas tenho que ficar provando (tenho mesmo?) que não sou fútil, inútil e que não gostaria de estar aqui, "assim". Poxa eu tenho um milhão de sonhos. Eu quero trabalhar numa editora, ter uma casa só minha, escrever um livro, quero viajar mais, aprender a praticar Yoga, voltar para a dança, quase aos 30 ter uma filha ou um filho. Então pode ter certeza que eu não to a toa, não to esperando ganhar na loteria, nem que ele fique, nem que meus pais me sustentem a vida inteira, nem que o príncipe e seu cavalo venham me salvar. Será que não dá pra ver? Acho que não, porque ao contrário de muita gente que fala demais pra se convencer que faz tudo aquilo que fala, eu falo pouco sobre as coisas que ainda não sou (escrevo muito, eu sei, mas eu nunca disse que seria perfeita). E te pergunto: O que você ganha em saber o que eu to fazendo da minha vida? Pra mim, gente que fica dando ordens e opiniões o tempo inteiro, dá pouco exemplo, em outras palavras... fala demais, não tem coragem de fazer e joga expectativas em você. Claro que não devemos deixar de escutar o que os outros tem a nos dizer. Escutar é fundamental, principalmente os mais velhos e as pessoas que amamos. Também é fundamental parar um pouquinho o que você está fazendo e analisar as estatísticas. No mundo de hoje, não dá pra cair em qualquer cilada só porque você é a única pessoa que acha que pode dar certo. A vida tem me ensinado que devemos sim escutar o coração, nos permitir e confiar, mas que a razão é aquele aparelhinho que nos faz escutar melhor, nos faz entender as palavras do jeito que elas realmente são, pois sinto em informar... Todos nós temos problemas de audição. Falamos de mais e escutamos só o que queremos ouvir. Todo mundo foi, é ou será assim pelo menos algumas vezes na vida. É preciso sabedoria para filtrar informações. Força para não ser sugada pelas pessoas, engolida pelo mundo, pra não desistir de ser a gente mesmo e virar marionete. Como já disse, meus dias andam bipolares. Uma montanha-russa da qual eu desejo que, ao menos, me divirta um pouco no final da brincadeira. Comecei a escrever esse texto há dois dias, quando o carrinho parecia despencar dos trilhos. Hoje concluo tantos pensamentos com quase uma súplica: pare de dizer do perigo, pare de falar tanto, me deixa, vai pra outro lugar, vai pro inferno, me deixa ter medo, me deixa ter adrenalina, me deixa sair de lá pronta pra outra (a propósito... você devia tentar também). Não me espere, não espere que eu te salve das suas causas perdidas, não queira me salvar (das minhas causas, cuido eu). Não me venha com dó, porque acho esse sentimento triste e pequeno demais. E de triste, já basta aquelas pontadinhas que de vez em quando dá no peito. Se quer meu bem, exerça amor por mim e só, mas entenda que não possuímos as pessoas, sentimos amor por ela e nada mais.


CLASSIFICADOS
Vivemos classificados.
Pequenos anúncios trazem a todo momento
Um novo sentido à nossa história
Uma casa para morar
Um coração para amar
Uma emoção preliminar
Uma expressão para sintetizar
O anúncio da nossa existência?
Vamos comemorar a nossa insistência!!!
(Fernanda Mello)



Beijos.

Um comentário:

Tamara disse...

Há pouco tempo atras passei por uma fase igual essa pela qual você está passando,igual não,parecida.
Não ha nada que se possa dizer pra nos,sei la,nos dar animo,esperança;parece que nada que fazemos é suficiente.
Particularmente acho que prefiro que os dias pareçam passar mais depressa,assim não parecerá que se passou mais um dia e nada foi conquistado,depois de tanto trabalho......
São durante essas fases que devemos sentir intensamete tudo o que sentimos,realmente viver todos esses sentimentos ,só assim não teremos a sensação de que somos totalmente inúteis e fúteis....