sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Sobre o humor, mas não é engraçado.
Hoje o espelho não é mágico, nem engraçado, apenas real.


O mundo anda louco e isso já vem de algum tempo, mas semana passada eu ainda consegui me surpreender - de novo - com a ignorância das pessoas, nesse caso, na internet. Tiago Leifert (apresentador do Globo Esporte na rede Globo) fez uma piada. Seguidores sem senso de humor xingaram. Ele retrucou (porque, afinal de contas, é uma pessoa como qualquer outra - não me venham com esse papo de "ah, mas ele é da mídia...") e virou o “bandido” da história. Lá vai ele pedir desculpas na TV. Me disseram que o Tiago errou porque perdeu a compostura e se estivesse na razão não teria dado explicações no Globo Esporte. Eu discordo. Já ouviu aquela frase famosa “O cliente sempre tem razão”? Então!  A Globo só fez com que ele seguisse as normas do “politicamente correto”. É tão fácil perceber isso... 

Rafinha Bastos não teve a mesma “sorte” e foi demitido, além de alguns processos sobre piadas com crianças, mulheres, deficiênctes, pessoas de Rondônia. Danilo Gentili, outro comediante do cenário Stand Up Comedy, também já foi criticado por piadas com judeus e negros. Eu, sinceramente, não consigo entender o motivo disso tudo, dessa seriedade tamanha diante do humor. As pessoas adoram rir dos gays, dos gordos, dos baixinhos... a lista é grande, mas será que não conseguem rir de si mesmas? E NÃO fazer piadas com uma classe específica não seria exclusão social? 

Me diga, quantas piadas você já ouviu ou fez sobre argentinos e portugueses? Tempo atrás, o ator Robin Willians fez uma piada sobre a escolha do Rio para sede nas Olimpíadas e, olha só, a maioria não gostou. Robin Willians não é argentino ou português, mas e daí? Essa falta de humor seria baixa autoestima ou mania de superioridade? Porque, no Brasil, eu duvido que seja patriotismo, que, nesse caso, se resume a carnaval e futebol. Por que podemos fazer piadas com os outros e os outros não podem fazer piadas com a gente? É uma grande hipocrisia. As pessoas deveriam fazer protestos e abrir processos sim na época das eleições onde tudo vira uma grande palhaçada - com todo respeito aos palhaços. Mas as pessoas dão risada e levam na brincadeira. Eu avisei que o mundo anda louco. Rir de uma história inventada é muito mais fácil do que rir da verdade que, muitas vezes, assusta mais que diverte. 

Algumas crianças são realmente engraçadas. Fazem graça e nem sabem o por quê os outros dão risada. Elas são sinceras e, acredito eu, que elas não possuem intenção de humilhar ninguém. Comediante faz a mesma coisa. É só uma piada. É só para ser engraçado. Se alguém riu, missão cumprida. Umas piadas mais criativas, outras, menos. Piadas feitas para agradar e piadas feitas para dizer a verdade. Tudo piada.

As pessoas procuram por humor o tempo todo. Exemplo disso é que se você perguntar a alguém o que ela busca numa pessoa em um relacionamento, um dos requisitos, certamente, será senso de humor. Sim, queremos alguém que nos faça rir. Mas será que realmente estamos dispostos a isso no nosso dia a dia? 

Toda piada tem um alvo, isso é um fato. Antes de escrever esse texto, eu estava revendo a entrevista que o Danilo Gentili deu para a Marília Gabriela, a entrevista é muito interessante caso queira ver no youtube. Uma das partes que mais me chamou atenção foi quando ele disse: “O humor é sempre ‘violento’. Tom e Jerry é gato correndo com um machado atrás de um rato. Você pega a piada que você quiser, o humor que você quiser, o princípio que você quiser... é violento e tem um alvo”. É uma verdade, mas isso não significa que seja bullying.




As pessoas andam encanadas com tudo, percebeu? Hoje li em algum site que a ABIGRAF (Associação Brasileira da Indústria Gráfica)  foi reclamar que a propaganda do Itaú mostra o pai da criança rasgando uma folha e que isso é mau exemplo e blá blá blá. Gente, é só uma propaganda! Era só uma folha usada! Entendeu? É isso.

Eu confesso que deveria ser uma pessoa mais bem humorada em alguns requisitos. Porém, na verdade, humor eu até tenho, o que eu não tenho muito é paciência com essas pessoas que vivem classificando as coisas em certo ou errado o tempo inteiro, que gastam sua energia tentando ser “politicamente corretas” e com gente que xinga os outros a troco de nada.

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2 comentários:

Aleks disse...

Cada ser humano é único, logo cada um interpreta cada coisa, palavra, momento, imagem etc de uma forma única e especial.

Assim sendo, cada um tem uma reação.

Enquanto uns dão risada, uns ignoram, outros se revoltam.

Mais fique tranquila, um dia todos evoluem.
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Eu espero que evoluam.
Beijos

Aleks disse...

Eu pensei que meu comentário sobre as pessoas evoluirem tinha se perdido. Seu Blog me pediu para fazer login com a conta do google e....
Meu comentàrio foi inspirado nesse texto:
1.
Ando pela rua.
Há um buraco fundo na calçada.
Eu caio...
Estou perdido... Sem esperança.
Não é culpa minha.
Leva uma eternidade para encontrar a saída.

2.
Ando pela mesma rua.
Há um buraco fundo na calçada.
Mas finjo não vê-lo.
Caio nele de novo.
Não posso acreditar que estou no mesmo lugar.
Mas não é culpa minha.
Ainda assim leva um tempão para sair.

3.
Ando pela mesma rua.
Há um buraco fundo na calçada.
Vejo que ele ali está.
Ainda assim caio... É um hábito.
Meus olhos se abrem.
Sei onde estou.
É minha culpa.
Saio imediatamente.

4.
Ando pela mesma rua.
Há um buraco fundo na calçada.
Dou a volta.

5.
Ando por outra rua.


Texto extraído de O Livro Tibetano do Viver e do Morrer, de Sogyal Rinpoche (Ed. Talento/Palas Athena)



Espero ja ter evoluido até o 3 ou 4. E sim o texto fala sobre reencarnar o que é interessante ja que o novo post é sobre morte hehehe