quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Quanto tempo falta?


"Eu lembro dos filmes que eu nunca vi, passando sem parar em algum lugar" 
(Capital Inicial - Tudo que vai)


Que o meu querer é sem fim você já deve saber. Quero aquele emprego, dinheiro, coragem pra passar alguns meses pagando um Ipod, quero tempo. Quero uma paixão estilo "meu aia, meu oiô" que o Wando cantava. Quero aquele email respondido, lua cheia no céu, sorvete, uma saia pra combinar com uma blusinha laranja. Quero voltar pra minha dança, ver filme de comédia com o Adam Sandler. Quero que a noite dure mais tempo pra eu escrever sem ficar contando quantas horas de sono ainda vou ter. Quero fingir que canto no karaokê até ficar rouca como da última vez. Quero assistir American Idol sem ninguém encher o saco pra colocar no futebol. Quero uma viagem, pra longe... com outro cheiro pra e sentir saudade depois. Quero o mês de maio pra fazer aniversário, dormir de edredom e usar cachecol. Quero um curso novo, ou dois, ou três...  Quero pessoas boas perto de mim. Quero "Badaloooo" como a doida da Narcisa. Eu quero mesmo! Tudo isso. É pedir muito? Creio que não, eu nem to pedindo carro e apartamento poxa. Mas tem outra coisa que eu também queria: não querer (será mesmo?). Porque querer aflige, perturba, incomoda, me deixa ansiosa - no mínimo. Você olha pra uma coisa legal e fala: "eu quero" e pronto, você quer. Não deveria ser tão fácil assim. Deveria ser ao contrário. Nossos desejos deveriam passar por um processo seletivo e realizar deveria ser mais fácil. Bem melhor assim, mas a realidade é outra e conseguir é outra história, exige pelo menos uma gota de suor, alguns contatos e um pouco de sorte (vai dizer que não?). Quando nada disso funciona a gente fala que não era a hora certa, que é coisa do destino e começa a pensar em outro querer. A Regina Duarte disse numa entrevista que teve sorte, porque tanta gente dá um duro danado, tem talento e não tem as oportunidades que ela teve. Se a Regina Duarte, tão realizada, grata da vida, com aquele sorriso lindo disse, quem ou eu pra contrariar?


É uma corda bamba na qual caminhamos, lutando pra manter o equilíbrio pra chegar do outro lado e ainda fazer pose de artista no final. 
Muitas vezes, é como se eu tivéssemos sentados no banco do passageiro perguntando a todo momento se já está chegando. 
Kilometros não me respondem. 20 ou 70 km pra mim tanto faz. 
Quero saber quanto tempo falta. E eu não sei.

Ps: Tudo que sei agora é que só tenho 5 horas de sono. Boa noite.


Imagem do filme "Quem Quer Ser m Milionário?".

“Se tivermos cuidado e sorte – sobretudo, talvez, sorte – quem sabe, dê certo? Não é fácil. Tampouco impossível. E se existe essa centelha quase palpável, essa esperança intensa que chamamos de amor, então não há nada mais sensato a fazer do que soltarmos as mãos dos trapézios, perdermos a frágil segurança de nossas solidões e nos enlaçarmos em pleno ar. Talvez nos esborrachemos. Talvez saiamos voando. Não temos como saber se vai dar certo – o verdadeiro encontro só se dá ao tirarmos os pés do chão –, mas a vida não tem nenhum sentido se não for para dar o salto”. (Antônio Prata)

É isso!
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