quinta-feira, 8 de dezembro de 2011



Uma forma linda de ser uma pessoa sincera.

“Seja você mesmo, mesmo que isso signifique ser inseguro e inquieto.
Deixe que os outros te aquietem. Encontre um meio termo. Seja sincero.”


Começo esse texto com a frase acima escrita por John Mayer ao final de sua última atualização do Tumbrl até o dia em que comecei a escrever esse texto. 
Faz algum tempo que gostaria de escrever sobre isso. Na verdade acho que já escrevi sobre “ser você mesmo” muitas vezes nesse blog, de formas diferentes. Então, gostaria de escrever sobre isso e algo mais.

Sinto-me cansada ultimamente - por diversos fatores. É final de ano e temos aquela velha ilusão de que vestir branco e olhar fogos de artifício estourando no céu nos trazem uma vida nova. É final de ano e meu corpo sente o acúmulo de noites menores que oito horas de sono, o acúmulo de escolhas, de armadilhas do ego e de pessoas das quais não consigo enxergar. Ver, eu até vejo. Mas não as enxergo. Muitas delas eu jurava conhecer  desde algum tempo. Veio a vida, os dias e aquela percepção de si mesma que me fez reparar. E assim, tive que fazer um reparo também, em minha colcha de retalhos soltos.

Partes de um pano que não perteciam mais a um plano. Você que pisava na bola várias vezes com a desculpa de que amizade é isso. Essa semana, conversando com uma amigo, eu confirmei o que já sabia. Ele disse que muita gente conhecida vem pedir para que ele faça convites de casamento. 
Os amigos de verdade falam que pagam o que for preciso  pelo trabalho dele e aqueles sem senso praticamente pedem para que, por serem conhecidos, o serviço seja feito de graça. Moral da história: Ele acaba fazendo o trabalho de graça para os verdadeiros amigos e para os outros, ele dá uma boa enrolada e ganha uma grana. (Justo, não?)

Onde quero chegar com isso? Valores. Meio óbvio. Mas outros valores. O simples ato de você valorizar as pessoas que estão ao seu lado e confiar nos presentes que elas lhes podem lhe dar. Não estou falando em datas comemorativas, nem em amigo secreto. Estou falando em uma companhia num dia qualquer, histórias sobre a vida, desabafos, abraços, risadas por nada (porque como diz a música do Frejat, rir de tudo é desespero - e eu concordo). Menos desculpas esfarrapadas e  mais sinceridade. Muita gente se esquece que amizade é um relacionamento como qualquer outro onde é preciso cultivar e cativar.


Não temos obrigação de conviver com as pessoas, de ligar pra saber como está, ou pra contar sobre aquilo que te deixou tão feliz. Mas tem pessoas que fazemos questão de manter por perto. Que não precisamos imaginar se teremos algo em troca. Não precisamos cobrar, nem ficar com medo de sermos traídos. Há paz, palavras e gestos. Podemos ser nós mesmo, inseguros e inquietos. Podemos ser desarrumados e desastrados. Podemos abrir a porta calçando um Crocs falso e uma calça de moletom. Dizemos mais sim que não. Mas podemos dizer não quando necessário. Podemos ficar um tempo sem se ver, mas fazemos um esforço  e não nos contentamos com redes sociais. Ás vezes, até somos antisociais juntos. E por todas as vezes que a vida está uma loucura eu agradeço pela insistência. 

Você não tem que ser você mesmo. 
Você não tem que ser um amigo. 
Ou você é, ou você não é.

Confesso que ando vendo o mundo meio abstrato. Cada um para um lado. Pessoas distorcidas com uma apelo nada convincente: “Eu uso roupas legais, frenquento lugares bacanas, conheço todo mundo, te sigo twitter, tenho algumas histórias pra contar, faço até um pouco de graça... Você tem que gostar de mim!”. Desculpe-me mas eu não consigo. Meus sentimentos usam outros critérios e eu garanto que não é muito. Não odeio ninguém, mas não consigo amar até que esse papel de presente seja rasgado, sem dó, permitindo com que eu me surpreenda. Se eu vou gostar ou não, é outra história. Mas por favor, não tente me enganar. Minha intuição é boa. Seja apenas sincero. 

Por isso esse texto é pra você, você, você, você... que eu ganhei de presente esse ano, que eu conheci num lugar qualquer e me perguntou qual o caminho que eu estava andando pra nos encontrarmos de novo. Você que ri dos meus defeitos e me aceita, assim, por inteiro. Você que não tenta me dividir ao meio. Que não exige que eu tenha quilos a menos e use salta alto. Mas me elogia quando eu estou um arraso. Você que me chama pra comprar sapatos em plena segunda-feira. Você que deixa eu me agarrar no seu braço quando fico tensa vendo filme no cinema. Você que trás paçoca, M&M’s sem eu pedir, que defende a natureza e me diverte tanto. Você que me faz escutar sertanejo mesmo contra vontade, chega atrasada, mas vai me visitar no dia de Ação de Graças e me leva pra praia, pro shopping, pra balada, você não existe igual em outro canto do mundo. Você que tenta me animar no meio do tédio, que desenterra alguma música antiga, que compartilha minutos lentos comigo. Você que nem me conhece direito, mas que tenta me ajudar exatamente quando que eu preciso. Você que me dá um pedaço do seu dia. Você que torce por mim. Você que não é em preto e branco, você que é ao vivo e a cores...

...Vocês, que não querem nada de mim e mesmo assim ficam do meu lado, ganham minha gratidão.


Meu muito obrigada!
Beijos mágicos...

2 comentários:

Danilo disse...

!..Alguma coisa me diz que este lance do "Crocs falo e calça de moletom" tem haver comigo kkkkkk...mas realmente hoje em dia as pessoas perderam os valore morais, e se importam mais com os valores materiais e por assim dizer. Gostei demais deste post, acrescentou muito no meu modo de ver, que já vinha buscando uma forma nova..muito legal, parabéns..! [continue escrevendo que eu continuo lendo]

Caio disse...

Você é meio paçoquinha, né...
E na verdade, você foi o presente do ano, madrinha. Acredite.
=^)