quinta-feira, 18 de novembro de 2010

De: Tatiana Camilo
Para: Todos que lerem esse texto

Onde estão os registros que realmente importam?

Hoje em dia... com tanta tecnologia, com tanta acessibilidade e compartilhamento de informações vejo as pessoas mais caladas. Porque se o que era proibido, era mais gostoso, hoje nada é proibido. Tudo é compreensível e questão de opinião – na TEORIA. Na prática você não xinga aquele seu amigo folgado no twitter se ele tiver te seguindo. Afinal, ele pode descobrir que é mesmo folgado e parar de falar com você. Na prática você não pode falar mau da empresa que você trabalha para o seu chefe. Afinal, ele pode te demitir ao invés de tentar melhorar e se perguntar porque você ainda está lá.

Hoje em dia.. É tudo tão indireto. E isso não combina comigo. Não gosto de achar que tal frase foi pra mim se não tiver meu nome. E ás vezes, eu acho. Não é questão de carapuça. É questão de não saber o que o outro pensa sobre nós. Nunca saberemos - mesmo com as especulações nas redes sociais por aí.

Me pego pensando o que seria do mundo se todos os twittes, postagens de blogs e afins, fossem ditos na cara, na lata. Alguém diria que não seria muito ético. Mas ética demais e acessibilidade demais também pode fazer mal. Cadê a cara de pau? A revolução? O plano secreto? Todos estão mudos? Saramago já morreu e não escreverá sobre "O Ensaio sobre a perda da voz" para as pessoas refletirem sobre o que está acontecendo.

Não me entendam mal, adoro tecnologia, participo de redes sociais, tenho meu velho blog (esse aqui), e estou escrevendo esse texto - usando um computador - ao invés de falar. Assim posso atigir mais pessoas em menos tempo. Acho tudo isso lindo, mas ás vezes sinto falta de conversas reais e mais francas como as do msn. (Se é que tudo que falam alí é real...). Estou tentando ser o mais direta possível se é que vocês me entendem. Para mim não importa como você irá se expressar. Se você irá dizer, escrever, pintar e bordar, fazer música... O importante mesmo é registrar - no coração - e não esquecer de deixar bem claro quem é o remetente e o destinatário.


"(...)Não parece haver mais motivos
Ou coragem pra botar a cara pra bater
Um silêncio assim pesado
Nos esmaga cada vez mais

Não espere, levante
Sempre vale a pena bradar
É hora
Alguém tem que falar

Há quem diga que isso é velho
Tanta gente sem fé num novo lar
Mas existe o bom combate
É não desistir sem tentar"

(Todos estão mudos - Pitty)
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Um comentário:

Ludmila Melgaço disse...

Vou dizer que essa carapuça serviu pra mim viu...
Tenho escrito tanta coisa com destino certo sem, no entanto, ter a coragem necessária para endereçá-las. Sinto que minha cara de pau às vezes se aproveita pra se embrenhar nas minhas palavras e dizer através delas o que eu gostaria de ter dito na cara mas não tive voz o suficiente.

Às vezes escrever é um tanto cruel.