terça-feira, 25 de setembro de 2012

A paixão (d)o clown ...e a gratidão.

“Existem muitos modelos na sua frente, mas qual é aquele que é o seu? 
E, ás vezes, o seu modelo é diferente de tudo que tem ai e você tem que criar um novo. 
Então, quando eu pensei dessa forma, eu fiquei a vontade pra meter as caras, 
errar e aprender com a experiência.” 
(Wellington Nogueira)

Ao longo da vida nos apaixonamos por várias coisas ou pessoas. Tudo nos transforma em algum aspecto. Basta estar aberto para simplesmente estar ali, naquele momento, vivendo aquilo, aprendendo com aquilo e compartilhando a si mesmo. Ao longo da vida, amadurecemos com nossas paixões.

Olhando fotos antigas percebi o quando me modifiquei devido à várias circustâncias  e escolhas. A dança pela qual me apaixonei, a terapia que ajudou no processo de ter paixão por mim mesma, o intercâmbio que fez com que eu me apaixonasse pelos momentos, os lugares dos quais passei, as pessoas das quais conheci... Foi um processo natural que hoje me faz perceber que não só minha imagem mudou, mas também meu olhar para o meu mundo e para o mundo lá fora.

No começo desse ano, eu resolvi abrir os braços para uma nova paixão que fez uma diferença enorme em mim e ainda faz: o mundo do clown (ou palhaço, enfim, chame como quiser). Eu resolvi fazer um curso chamado “Um clown dentro de mim” do qual já escrevi bastante aqui no blog, mas que hoje me trouxe uma sensação que eu não consigo explicar muito bem. É quase saudade, mas não é, porque tudo aquilo ainda está dentro de mim, que me desperta vários sentimentos, me emociona e alimenta meu encantamento pela vida.

Muitas vezes vestimos máscaras imaginárias para lidar com alguma situação ou simplesmente para se proteger do mundo lá fora (ou do mundo de dentro), mas o palhaço coloca uma máscara para se expor. Você pode pesquisar os diversos caminhos que o clown pode tomar, pode assistir à milhares de vídeos. Seja Chaplin, Mr. Bean, Avner, Doutores da Alegria, Jogando no Quintal, palhaço de picadeiro... Todos palhaços, todos inteiros, todos imperfeitos de TÃO humanos. É isso que me encanta no palhaço, essa coragem de ser TÃO humano. O palhaço é isso... É a aceitação do SER humano a partir de si mesmo.

O palhaço é “aquele cara” que brinca o tempo todo com a tragédia. É lindo isso, é dolorido, extremo. Exige doçura, inocência, 100% de entrega no presente e generosidade. Ta aí... Sou grata pelo clown ter me ensinado entre tantas coisas, o que é generosidade

Hoje acordei pensando nisso tudo... 
Nas coisas que fazem nossos olhos brilharem e que modificam a gente.



Ps: Recomendo o documentário dos Doutores da Alegria (vídeo abaixo) para quem quer entender um pouco mais da essência do palhaço. 


Para quem não sabe Wellington Nogueira (do qual eu tenho uma admiração enoorrrrme e tive o a honra de dizer isso a ele pessoalmente) foi o responsável por trazer o projeto  onde artista especialmente treinados levam alegria a crianças internadas dando surgimento ao Doutores da Alegria.



“A gente não está acostumado a pensar em alegria como um direito. A gente não está acostumado a pensar em alegria como algo que a gente cultiva. Como algo que é importante na vida da gente. E não é aquela alegria de ficar sorrindo, rindo o tempo todo. Muito pelo contrário. É a alegria pelo fato de você estar vivo. E de você estar lutando. Você ter desafios... É quando você sai da sua zona de conforto pra tornar melhor uma situação para o outro. Para aquela criança, pra família, pro teu entorno, pra tua comunidade... Parece que você está se desdobrando pra fazer algo por alguém, mas na verdade, você ta crescendo, você está se tornando mais potente e você está mais em contato com o teu potencial e isso é uma descoberta tão bonita!”  (Wellington Nogueira)

E ao final desse post eu descobri qual era aquela sensação
 que eu não conseguia explicar e que não era saudade. 
É gratidão.



beijos generosos, humanos e inteiros!

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