terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Não está fácil pra ninguém...

Acabei de assistir "Qualquer Gato Vira Lata", uma adaptação da peça de Juca de Oliveira para os cinemas. Bom, eu não irei fazer críticas ao filme, se quiser ver a sinopse clique aqui. Mas confesso que me tirou boas risadas e que recomendo para um dia de folga como hoje. Mais um filme de amor. O amor e sua teorias inacabáveis. Como encontrá-lo, como lidar com ele e como não deixá-lo escapar pelas mãos. Será mesmo que cada caso é um caso ou a regra serve para todos? Estou aprendendo, eu acho. 

O que eu sei é que a gente sofre um bocado pra entender o que é ego e amor. É estranho ver que outra pessoa ocupa um lugar que já foi nosso, mesmo que não tenhamos a mínima vontade de voltar pra lá. É quase legal saber que suas previsões estavam certas e ele quis ir apesar de todos seus conselhos e agora ele anda perdido, sem saber o que fazer, por aí. Sim, ele te disse com as próprias palavras e você se segurou pra não mandar um "eu te falei". Você só não disse, porque tem mais o que fazer e não vale mais a pena. Sim, isso tudo é quase legal, só não é legal, porque soa feio.

É meu bem, a vida não está fácil pra ninguém... Se no filme estava difícil pra Tati, a personagem interpretada pela Cléo Pires, coitada de mim, a Tati interpretada por mim mesma. Brincadeiras a parte, eu acho o amor meio hipócrita. Pelo menos uma parte dele. Na verdade, acho que não é amor e sim nós que somos um pouco hipócritas, ou pelo menos uma parte de nós. As pessoas dizem que estão procurando uma pessoa legal, companheira, bem humorada, que curta as mesmas coisas e blá blá blá. Okay. As pessoas, por algum momento, encontram quem estão procurando, mas ela já não serve porque tem uns quilinhos a mais ou tem estria demais, ou não gosta de usar salto, ou não curte ficar bêbada nas festas, e nem se parece com a Gisele, nem com a Cléo. No caso das meninas, ele não chega nem perto do Malvino Salvador. É, eu repito... a vida não ta fácil pra ninguém.


Os meninos reclamam que as mulheres são interesseiras. Mulheres reclamam que homens são mal educados. Numa conversa no trabalho chegamos a um acordo. Eu defendi a tese de que o homem deve pagar tudo no primeiro encontro (mesmo que ele só tenha conduções de te levar no boteco da esquina pra comer um pastel). E os meninos levantaram a causa de que a mulher "não deve esperar" que isso aconteça, portanto deve se oferecer para a pagar, mesmo que eles não aceitassem. Achei justo.

Tenho outras teorias. Teorias que criei por experiência própria, por observação ou pelas histórias de amigas próximas. Enfim, algumas atitudes que não valem o esmalte novo que a gente passa pra ir num encontro:
- Se o cara te chama pra ir ao shopping e de repente cria uma obsessão por pegar aqueles bichinhos daquelas máquinas aparentemente fáceis de serem manipuladas, você tem que ficar atenta. Depois de 15 minutos e algum dinheiro gasto ele consegue o bichinho de pelúcia e NÃO te dá. Minha filha, risque-o da sua agenda.
- Ele resolve te pagar uma casquinha. Você se esforça ao máximo para não derrubar sorvete na roupa, mas ele... o sorvete está escorrendo pelo braço dele. Ao invés de pegar guardanapos ou procurar um banheiro, ele lambe e diz "ah.. tamo em casa neh?!".
- Se ele repetir as desculpas "estou sem dinheiro", "o carro quebrou", "tenho muito trabalho pra fazer". Acorde.
- Se ele levar no mesmo lugar que a ex e ter a ideia idiota de deixar que você saiba disso, saiba também que você não poderá esperar atitudes muitos criativas da parte dele.
- Se ele aparecer com uma camisa com estampa de abacaxi, dê risada educadamente. Porque em alguns momentos, só nos resta mesmo rir.
- Se ele for mais legal bêbado do que sóbrio, faça o cálculo de quanto você terá que gastar com bebida e se valerá a pena.

Você também deve ter suas próprias teorias...

É nessas horas que eu acho que as pessoas deveriam colaborar mais pro amor acontecer! rs
Fica a dica.



“Pensar pede audácia, pois refletir é transgredir a ordem do superficial que nos pressiona tanto. Somos demasiado frívolos: buscamos o atordoamento das mil distrações, corremos de um lado a outro achando que somos grandes cumpridores de tarefas. Quando o primeiro dever seria de vez em quando parar e analisar: quem a gente é, o que fazemos com a nossa vida, o tempo, os amores. E com as obrigações também, é claro, pois não temos sempre cinco anos de idade, quando a prioridade absoluta é dormir abraçado no urso de pelúcia e prosseguir, no sono, o sonho que afinal nessa idade ainda é a vida. Mas pensar não é apenas a ameaça de enfrentar a alma no espelho: é sair para as varandas de si mesmo e olhar em torno, e quem sabe finalmente respirar.” 

 (Lya Luft – Livro “Pensar é transgredir”).

*

2 comentários:

Caio disse...

Infalíveis essas teorias!
"Pensar é sair para as varandas de si mesmo" me lembra uma coisa que uma amiga minha de disse, na época em que eu era 'a pior pessoa do mundo, "saia da torre que é a sua cabeça, vá ver o mundo lá fora, tem muito mais que você imagina".
=^)

Caio disse...

Ah, e é verdade, a vida não está fácil pra ninguém mesmo... rs Nem pra Cléo Pires.